Comunicação Assertiva em Relações Governamentais

Falar não quer dizer ser ouvido, escrever não significa ser lido.

A Comunicação é uma das habilidades mais primitivas. Todos institivamente desenvolvemos formas de expressão que podem ser escritas, orais, por gestos, por sons, pela expressão facial e corporal, pelos olhos, por mímica, por códigos. Enfim, o ser humano tem total necessidade de se comunicar e expressar sua vontade, interesse ou opinião.

No universo do relgover, a comunicação é questão de sobrevivência profissional. Através dela é que temos a chance de efetivar nossos objetivos de contribuir, influenciar e/ou criticar a construção de políticas públicas ou legislações.

Mas, falar não quer dizer ser ouvido, escrever não significa ser lido e assim por diante. Em qualquer modalidade de comunicação, devemos buscar ser assertivos. A comunicação assertiva é o equilíbrio entre a comunicação passiva, em que você ouve, não fala o que pensa ou fala o que o interlocutor quer ouvir (o que além de ser fisiologicamente negativo, é ineficaz profissionalmente) e a comunicação agressiva, que é aquela comunicação dura, que causa estresse, constrangimento ou contrariedade em quem recebe a mensagem (o que naturalmente cria um bloqueio e conduz o receptor para a defensiva ou mesmo ofensiva, o que novamente é pouco útil para o relgover).

A capacidade de ser assertivo em qualquer forma de comunicação é uma das grandes habilidades encontradas nos profissionais de sucesso, seja em relações governamentais ou institucionais, ou seja, em ações de advocacy, de lobby e de influência. Ser assertivo é comunicar-se de maneira clara, direta, objetiva e efetiva, de forma adequada ao ambiente e ao meio que está inserida e à cultura dos demais interlocutores, o que varia absurdamente no dia a dia do relgover.

A comunicação assertiva gera gradativamente credibilidade a quem a utiliza. Mesmo que a sua assertividade tenha minúcias contrárias à ideia inicial do interlocutor e ele nem sempre absorva sua mensagem por inteiro, com o tempo você conquista mais atenção dos que habitualmente são seus receptores, pois eles o tem como uma fonte de informação clara e objetiva, fato que lhe dá vantagem em meio a velocidade que os processos decisórios podem acontecer.

Assim, seja assertivo:

  • comunique-se de forma clara e sem rodeios que confundam a interpretação do receptor;
  • seja responsável com o conteúdo da mensagem. “Fake News” ou informações incompletas desmoralizam você como emissor;
  • expresse claramente a sua opinião ou da organização que você está representando. Utilize “nós entendemos que”, “nossa experiência aponta para”, “nosso objetivo é”;
  • diga “não” de forma cortês e fundamentada;
  • deixe claro que divergências amadurecem a discussão. Lembre-se de que muitas vezes nossos interlocutores são bastante vaidosos;
  • sempre que possível faça coalizões, elas fortalecem o discurso; e
  • respeite a opinião alheia, mesmo que lhe pareça absurda.
    Não esqueça: a palavra pode ser prata, o silêncio pode ser ouro. Mas, a síntese, com certeza, é um diamante.

Autor: Edgard Usuy – Diretor da INTEGRA Relações Governamentais